Uma vez eu vi uma história sobre a Madonna e sobre como ela, no início da carreira, desejava ser dançarina, e não cantora.
Devem existir tantas histórias assim quanto existem pessoas no mundo: você mira em A, e na verdade B é que se torna o “seu negócio”. Seja porque você descobriu que é bom naquilo, porque abraçou uma oportunidade, ou porque a vida simplesmente “colocou na sua porta”.

Desenhar nunca foi algo que sonhei, e nem me considero com talento pra isso. Nunca fez parte da minha vida adulta, em geral.
Não tenho técnica, não tenho estilo, e muito menos sou especialista em cores como a Luiza Normey, de quem já falei aqui antes. Se olhar por esse lado, é melhor eu não fazer nada mesmo (kkkk) e desistir desse hobby, porque, afinal de contas, não é a minha praia, alguém poderia dizer – eu mesma seria a 1ª.
Mas, se pensarmos de forma bem racional, todos esses obstáculos são mais psicológicos do que reais. Os seres humanos desenhavam em cavernas na pré-história, com carvão, pigmentos ou sei lá o quê. Afinal, para desenhar, basta ter uma mão, um lápis e um papel, ou parede, ou tecido…

Há alguns anos (talvez em 2017) comecei a seguir, aos poucos, algumas páginas de ilustradores, como a da Lhaiza Morena.
A página dela me chamou a atenção porque ela desenhava personagens de cabelos cacheados (eu não conhecia muitas referências assim na época), e essas ilustrações foram estampadas em capinhas de celular, em uma parceria com alguma empresa. Depois disso, fui seguindo mais uma página e mais outra, e depois páginas de pinturas famosas do mundo todo.
Quando você se alimenta de qualquer conteúdo que te interesse, acho natural que em algum momento você sinta despertar um sentimento de: sabe, não é que eu gostaria de fazer isso…

Eu conheço pouquíssimo sobre estilos, ou períodos, e arrisco até dizer que o que eu sei sobre arte é apenas um resquício do que aprendi na escola. Mas fico feliz pelo menos por estar começando a descobrir o que aprecio (como toda pessoa principiante em qualquer coisa na vida).
Por exemplo, algumas pinturas de Felix Valloton, que me trazem aquela sensação de “queria ser uma mosquinha pra estar lá e ver o que aconteceu”.

Ou o que eu chamo (sem respaldo técnico algum kkk) de atmosfera do pintor John Singer Sargent, que vemos no quadro A dinner table at night (Uma mesa de jantar à noite), 1898 – e que me inspirou de certa forma no desenho ao lado (comentei no Instagram aqui).
E por último, o meu favorito (no momento), o pintor John William Watherhouse, cujas obras frequentemente retratam personagens femininas da mitologia, da história ou mesmo comuns, muitas delas cercadas de misticismo e mistério…
Dentre as ilustrações, as minhas favoritas são aquelas que mostram a personagem em casa, como as da majatomlanovic, da madelinekate_illustrates ou os RETRATÕES da brunnamancuso ou da maggiecoledraws. Talvez não seja só eu, talvez todos amem esse tipo de ilustração. Talvez seja tendência. Não sei dizer.
Nos bordados, há tanta gente boa, mas tem um bordado que você bate o olho e sabe exatamente de quem é, e são os decrépitos-cult-assombrados da memorialstiches. Gosto de admirar eles.

Enfim, não almejo tão cedo ser como uma dessas pessoas que citei, pois não sou desenhista: sou alguém que algum dia gostaria de fazer desenhos como aqueles que eu vejo e admiro.
Ou como diz o o pintor e escultor francês Marcel Duchamp (queria falar dadaísta só pra parecer chique): “Eu não acredito em arte. Acredito em artistas.”
Então, vamos atrás deles, dos criadores e suas obras…se for despretensioso, melhor ainda, como eu tentei espelhar na história da Madonna lá no começo.
E assim, quem sabe, “you could be big as Madonna” (você poderia ser grande, como a Madonna), como diz o refrão da música Madonna, do rapper Drake, de quem eu gosto bastante – perdoem os trocadilhos, foi mais forte do que eu.
Continuo aqui no meu laboratório de estudos e experimentos, até onde eu conseguir chegar, e até onde der vontade. Vamos?